domingo, 9 de outubro de 2011

Só.

Há várias maneiras de estar só, as vezes você está só e as vezes você é só. Eu acho que sou da turma dos que são realmente sós, sabe quando você dispersa em meio as pessoas, se perde nos diálogos, ou quando você está junto com a pessoa que você ama e mesmo assim se sente só, Parece que por mais que eu tente me doar sempre tem uma película que impede que o envolvimento seja 100% algumas pessoas simplesmente não conseguem entender que as vezes eu prefira a solidão, eu só não quero estar com quem não entende os meus questionamentos, ou simplesmente com alguém que aparente ser sempre tão feliz, ser sempre feliz pra mim não cola, não gosto da imagem da vida perfeita de alguém e não é inveja por que eu sei que isso é impossível e provavelmente aquela vida feliz seja uma mentira, fico pensando que talvez eu faça muitas pessoas desistirem de mim mais penso que se elas realmente gostassem elas não desistiriam nunca, e assim todos se vão e eu me torno mais só ainda, eu tenho uma armadura difícil de se penetrar, com sentimentos demais para se entender, sentimentos que quase sempre quando foram revelados foram altamente magoados, tenho muitos medos irreversíveis, me preparo pra sair dessa zona de conforto que ultimamente só tem me trazido desconforto, mais é como se os contras sempre fossem maiores que os prós, então eu continuo me fechando mais e mais, ninguém nunca sabe o que se passa comigo, dos medos e das frustrações, de quando eu decido nem tentar por medo de me machucar, desistir do que se ama talvez seja uma das decisões mais difíceis a se tomar, mais tem vezes que só amar não basta, existe um viés de coisas que estão ligadas ao amor, além do sentimento de ambos creio eu que tem que ter uma enorme compatibilidade de idéias e de pensamentos, uma cumplicidade de sentir mesmo sem falar o que o outro sente, creio que apenas o fato de amar não consiga segurar duas pessoas juntas, eu sou muito visceral ou é entrega total ou nada, eu não me conformo com metades, Cazuza que me perdoe mais raspas e restos não me interessam, nenhuma porção de ilusão e muito menos mentiras sinceras, os dias estão sendo longos, mais eu sei que mesmo no escuro ainda se pode fazer festa, e mesmo nos dias de chuva há beleza, eu sempre preferi mesmo o tempo nublado, a chuva e o frio, o cinza, talvez eu encontre alguém que compense meus medos, que se entregue totalmente e pegue na minha mão e salte comigo de um prédio, mais até lá eu continuarei pulando sozinho.

1 comentários:

Marcelo R. Rezende disse...

Eu amo o que você escreve, principalmente quando é um solilóquio desses, tratando a solidão como arte. Não sou dado a ela, gosto de companhia, mas seria muito mais feliz se soubesse curtir a sua companhia. No escuro, no quarto.

1 beijo.