terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Paranóia delirante


Visões distorcidas...
guitarras distorcidas...
pelas esquinas,
por novas ruas
decido mudar o rumo
mudo as ruas
as luzes que mudam de lugar
na rua, meu lugar
HABITAT!
não caibo em regras
nem em grupos
mas em sensações
delírios
súbito ataque de elevação de espírito
quando nada mais importa de onde vim
ou pra onde vou...
esses becos que parecem levar sempre ao ponto de partida
esses sentimentos que me ofuscam
uma hora a beleza vem ser tranferida
de dentro pra fora
caneta e papel
outra hora movimento corporal
linguagem estranha
nem só com palavras
tá no ar
como um odor corporal
nos olhos brisados
marejados
no corpo calejado
sigo pelas ruas
mesmo mudando o percurso
algo me diz
já estive aqui
mas a sensação não é a mesma
sinto leveza
e assim eu vou por onde essas ruas me levarem será lá
ou aqui meu lar?


Cássia Eller - De esquina
Esquina, paranóia delirante
Atrás de uma farinha loucura, na pane
Seqüencia dum papel
Não curto isso aí, mas tô ligado na parada que domina por aqui
Fumando um baseado, curtindo de leve
No pagode lá da área, eu tô esperto
No movimento que se segue, segue e vai
Eu vou levando, eu vou curtindo, até não dar mais
Tudo prossegue normal, até onde eu sei
Enquanto isso é a melhor cerveja que vem
Leva essa, traz mais uma e põe na conta
Tô sem dinheiro, tá valendo, eu tô a pampa
São várias delas passeando por aí... Mais e aí
No balançar, no psiu, dentinho vem a mim
Meu 71, sei que é bom, dá pra convencer
E essa noite, ai, meu Deus, eu vou comer
A fuleragem predomina, e rola solta
Um tititi, um auê, e aí... mas e aí
No goró eu viajei, já tomei demais
Paranóia delirante, eu tô na paz
Esquina, Paranóia delirante
Atrás de uma farinha loucura na pane
A esquina é perigosa, é atraente
Nossa, quanta gente, que movimento interessante
Um carro desce, o outro sobe
"Pro boite do Natal", pra onze esquinas da cohab 2
Todo mundo à vontade, aê cuidado,
Mano que é mano tá ligado
Chega como eu cheguei
Fica como eu fiquei (pisa como eu pisei)
Faz como eu fiz, eu sou o Xis
Então me diz, Cássia Eller, diz pra mim
Me cita qual que é dessas esquinas que existem por aí
São todas nóias delirantes
Ou estão naquela nossa paz? Devagar e sempre
Em toda área tem um otário que quer mais
"botar pra frente"
Resolver a diferença, acabar com aquela treta
Eu vou pedir mais uma "breja"
Eu tô na paz, vou colar naquela preta
Chega de morte, de tiro
Tô fora dessa "puli"
Já tô fudido, estado crítico
E aí randal tudo igual ? deixa comigo
Puxa uma cadeira, traz seu corpo e senta aí... eu tô aí
Pega o dominó e faz um dez que eu vou ali... eu tô aqui
Encara aquele apê de logo mais com aquela mina... certo
O meu esquema preferido da esquina
Esquina, paranóia delirante, eu tô na paz
Atrás de uma farinha loucura, na pane
Esquinas com os mano sempre em frente
Sexta sempre em frente
Sábado, domingo, como sempre
O que vou fazer? e aí fazer o quê?
Segunda, terça, quarta, quinta, não é diferente
Dentinho, preto original
Eu sou mais um mano de idéia
Só mexo com a pá e pum
Virei terror, a rima é minha bomba
Meu território é o lado leste
E a gente se encontra... eu tô aí
Pode chegar, a esquina é o meu lugar
Rei, eu quero é mais
Sou uma aliado do meu povo
Periferia em paz
Eu tô na paz
4D paz .


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