sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Guerra de braço.

   Eu sempre odiei competições, era sempre o que sobrava na educação física porque ninguém queria me escolher, até aí tudo bem, eu era péssimo no futebol mesmo, minha primeira grande paixão foi por alguém que preferiu ter outra pessoa como sua grande paixão, cresci e as derrotas se alastraram por vários campos da minha vida, bem meio que fui me acostumando com as percas diárias, amores, empregos etc... chegou a um ponto de não fazer a mínima diferença perder ou ganhar, aliás quando eu tinha essa sensação de vitória era sempre estranho, fugia do habitual, eu sempre me derreti muito fácil a elogios mesmo não sabendo como agir diante deles, bem mais o ponto que quero chegar mesmo é será que tudo na vida faz  parte de algum jogo? Estamos nós todos querendo provar algo?
     Por que me sinto tão ligado a escolhas que parecem mais batalhas onde no final alguém vai ter que triunfar, veio então o namoro, eu como nunca acostumado, mais uma vez meti meus pés pelas mãos bonitinho, ciumento e possessivo, me agarra a minha única conquista até então com unhas e dentes, no entanto idealizei toda perfeição não humana que não havia em mim em outra pessoa, e claro quer quando fazemos caímos do cavalo, digo se eu mesmo o rei das gafes e dos derrotados exibia meus defeitos como uma coroa por que então a perfeição haveria de vir do externo?! Foi quando eu aprendi que mesmo quando competia pra ganhar e "ganhava" eu perdia, estava lá eu exatamente no meu pedestal, onde eu queria está, mas não havia nenhuma glória nisso, ao contrário essas vitórias não me traziam nenhuma satisfação, disso sairia até uma ótima letra daqueles pagodes bem mela cueca tipo raça negra,.
       Fiquei sozinho parte ...(um trilhão de vezes), desculpem o drama mas me agrada rir nem que seja das minhas desgraças, sou uma pessoa muito indecisa, nunca escolho o lugar para onde ir com amigos, nunca dou pitaco no rumo das coisas e acho que estou pagando bonito por seguir o conselho a lá Zeca Pagodinho, tipo deixa a vida me levar, ou seria deixa a vida me fuder?! Mas seria mesmo culpa do acaso? Se ao negar escolhas bobas exigia escolhas impecáveis do outro, fui aprendendo que por mais que eu me esforce em ser bom eu só poderia pedir isso de mim mesmo e de mais ninguém! De rei dos "losers" eu passei a me ver como outro tipo de rei, aquele que sabe bem trapacear, trapacear a si mesmo, negava o que queria não por não querer e sim pelo medo do risco que aquilo me traria de ser feliz, da vergonha de dizer que estava errado, do risco de ter coisas que nunca tive, e tive por um longo determinado tempo, eu tive, e foi tão estranho essa sensação de gozo e prazer que fui lá mais uma vez e me sabotei, eu não gostava competições mas eu as criava a todo instante, percebi que eu mesmo tornava tudo uma guerra de braço, era tudo ou nada, era sempre ou nunca mais, palavras tão fortes sendo usadas por alguém tão indeciso como eu, palavras que não cabem a um jogo, muito menos a uma guerra de braço, nunca e sempre eram apenas estados imutáveis não cabíveis a serem mutáveis como nós, o que ontem eu não faria nunca hoje talvez eu faria sempre e assim por diante, seria bom se pudéssemos excluir certas palavras do nosso vocabulário, com certeza estas seriam as minhas primeiras a serem excluídas, a vida é essa incógnita louca e todos nós sabemos disso e bla bla bla, não há como saber o que vai acontecer daqui a um segundo, porque usar então expressões tão deterministas assim?! Aí caiu a ficha que minha maior briga não seria com ninguém, muito menos com o mundo e sim comigo mesmo, quem sabe quando eu me sabotar menos e me permitir mais, quem sabe quando eu não troque tudo por nada tão facilmente, quando fizer escolhas justas a o que eu quero e desejo sem prejudicar o outro lado e seus desejos e anseios, quem sabe a lição não seja não jogar, e sim negociar, agarrarei-me ao nada pelo medo da derrota e acabei perdendo tudo e só então eu percebi o real sentido da frase "mais vale um pássaro na mão que dois voando", pensei em nunca mais acreditar nas pessoas nem nos relacionamentos, mas volto atrás e faço uma ressalva, pode ser que seja mesmo uma queda de braço, um jogo ou seja lá como você queira chamar, a graça de tudo não estar em ganhar ou perder e sim na satisfação que você terá nisso, ou aprendizado, clichê não é?! Talvez você perceba como eu que devemos ser mais flexíveis, relaxar mais com indagações sem respostas, ou não, mas algo é certo que se você não chegar a esta conclusão o tempo o fará.



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