segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Três degraus.
Uma escada no fim do corredor, tudo que eu tenho que fazer é subir, mas sem pernas e com os braços atados fica difícil, dividi toda a grande escalada em três degraus, o primeiro passo sempre o mais difícil, tomar a escolha, um rumo e seguir obviamente eu só poderia ir pela aquela escada, me sinto como um bebê engatinhando, ou como naquela história do menino lobo que teve que aprender a viver sozinho numa floresta com animais, o ser humano tem a magnífica capacidade de se adaptar para sobreviver em qualquer meio então suponho que eu conseguirei. Quanto tempo levará até eu conseguir superar esta jornada?! Será que ela termina quando eu subir esta escada?! Tentando racionalizar tudo na minha cabeça, mesmo não sendo muito fã da matemática lógica, tem uma frase que diz que todos irão te decepcionar, você só precisa selecionar pelo que vale a pena continuar acreditando, eu continuo acreditando em mim e na minha força de vontade de me fazer bem, não quero depender de algo externo, e se for pra ser assim que eu apenas precise de músicas, filmes e livros, talvez a cura pra esse vazio existencial esteja nas lições deixadas por outras pessoas e não nas pessoas em si, eu sigo colecionando um monte de dores, decepções e frustrações, começo a acreditar que está na hora de mudar essa coleção sem ter ninguém que menospreze o que eu sinto e se há alguém que não vá menosprezar isso esse alguém sou eu, agora já posso ver a escada como uma volta em um cavalo selvagem onde tento me equilibrar e veja só já estou aqui no primeiro degrau. Segundo passo: Confiança. Em quem buscá-la se não em mim mesmo?! Eu não vou abandonar o navio da minha própria história porque sou eu quem a escrevo, sou eu quem decide subir o próximo degrau ou ficar estagnado subtraindo tudo que o meio me injeta sem perguntar se estou gostando ou não! Nunca gostei de livros de auto-ajuda e acho realmente que estamos todos fadados a sucumbir no final da história, mas acredito no poder de gozar de está vivo, do meu propósito e eu não estou falando religiosamente ou coisa do tipo, pois foi quando cansei de esperar o príncipe encantado que descobri que nesse conto eu sou o príncipe/rei e dono do meu próprio mundo, todos no mundo podem me virar as costas ou me apunhalar mais eu jamais devo desistir de mim mesmo, sou todo instintos, essa sede aguçada de vivência e da busca pelo prazer total que preencha essa lacuna no meio dos rabiscos, tô aqui sem a mínima perspectiva para esta manhã, estou livre no fim da tarde, também não irei fazer nada esta semana, aliás tenho todo um ano sem compromissos, eu mesmo estou cortando esse cordão umbilical, não sei se isto servirá de alguma coisa o tempo não pára talvez eu posso me surpreender com alguém que valha a pena, talvez alguém possa me surpreender mas aqui sozinho só eu posso subir o próximo degrau. Terceiro passo: Disciplina, é tudo que eu posso levar de como subi os primeiros degraus sem me machucar de como seguirei até o fim, eu sei que não existe felicidade plena, eu sei que haverão tantas outras tempestades e dúvidas, eu tô saindo da zona de conforto pra isso! Aliás que zona de conforto mais desconfortante, quero falar sobre o que penso sem ser questionado, quero falar das minhas teorias sem ser subjulgado quero olho no olho sem fraquejar, quero parar de fumar quando eu quiser e não só pelo papo "saúde", estes degraus não tem mais graça se a altura deles não aumentarem, se a dificuldade não for impostas, se os desafios pararem logo eu vou parar também, tem um ditado chinês/japonês/koreano não sei bem a origem, mas que fala sobre um velho samurai que recusou uma batalha, quando questionado o porque da recusa ele indagou que da mesma forma quando alguém lhe presenteia e você recusa o presente este mesmo volta pra pessoa que o ofereceu são os sentimentos só é nosso aquilo que acolhemos o que recusamos de bom ou ruim volta a quem nos enviou, não sei se é bem assim a história mais creio que entendi o básico dela, continuo a subida estando aberto apenas ao que me convém e me fizer bem, mas sempre tendo em mente que que minha felicidade jamais estará nas mãos de outras pessoas, isso só pode começar e terminar comigo, um dia eu ouvirei o seu nome e não vou mais tremer por dentro, um dia eu vou amar exatamente aquilo que eu tenho, vai ser meu sem lutas, sem brigas, sem mais shows e dramas eu saberei de alguma forma, só porque não virá mais de fora, sem ser implorado nem mendigado porque partirá de dentro, sem questões aí sim talvez eu perceba que já estarei no topo da escada, não quero nada advindo de uma guerra, minha maior vitória será conquistada numa guerra sim, numa guerra comigo mesmo, perdendo ou ganhando podem falar de egoísmo o quanto quiserem, mas todos nós somos egoístas em relação ao nossos próprios prazeres, quem sabe alguém me mostre outra forma e me convença do contrário até lá vou seguir por mim desta vez e não por eles.
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