quinta-feira, 3 de maio de 2012
Entre mares.
Entre mares eu navego, entre marés brabas e outras tranquilas eu navego, entre ondas que vem e que vão, entre sábios e leigos, ventos amigos que me levam onde quero e tempestades escuras que me jogam nas mais profundas águas, eu navego, alguns rostos, alguns toques, alguns sorrisos a vida parece sempre ser assim gente que vem e gente que vai, nunca sei se sou o porto ou o barco que parte, quando sua memória começa a falhar ou talvez sejam apenas lembranças não tão importantes que vão sendo apagadas para guardar as novas... Mais um dia é menos um dia nessa estrada, nesse momento de existência, nesse hiato que é viver, descobri que não adianta atalhos quando o caminho é um só, viver sem precendentes, as responsabilidades, os temores, os amores, são apenas encruzilhadas, quando tua vida passar pela minha, quando dois barcos se encontram no mar nesse momento só os dois na imensidão do mar, momento único, sem tempo pra pausa sem tempo pra estudar as coordenadas, de repente os barcos se cruzam e só fica a imagem no horizonte um sumindo pro outro lentamente, talvez a vida seja esses eternos encontros, linhas imaginárias que se cruzam uma vez tocadase nunca mais... Você pode velejar arrumar as velas até tentar decidir pra onde os ventos te levarão mas jamais pode decidir quem fica e quem vai e em qual barco você está nesse contexto, somos responsáveis pelo o ódio e pelo amor que nutrimos das pessoas como diz aquela frase de porta de banheiro " Atitudes determinam quem entram e quem sai" atitudes nossas, dos outros, é bom saber lidar com a frustração e com a decepção assim como é bom gozar das expectativas que se concretizaram positivamente, aprender a navegar com toda a vulnerabilidade do mar, mesmo quando pensamos que vai ser só uma chuva e vem uma torrencial, o que chamamos de vida pode ser aprender a dançar numa jukebox que você nunca sabe qual o próximo estilo a ser tocadod e repente estamos sendo embalados por uma música calma e ambiente e de repente vem um heavy metal, o fato de sermos sempre este ser inacabado e em constantes transformações nos faz viver querendo apenas um tipo de música, mais ainda não temos o controle sobre essa jukebox imprevisível, o que nos resta além de navegar entre esses tantos mares existentes, apontar pra um caminho e seguir, saiba lidar com as decepções das escolhas e não se ache tanto com as vitórias os bons ventos que as trazem também as levam, o eterno perde e ganha e no final quem vai ganhar? talvez nem mesmo esse balé em que estamos fadados a dançar até não nos suportamos mais em pé não tenha nenhum sentido você tem que fazer o sentido enquanto existe, enquanto você ainda navega, saber dançar enquanto você ainda pode, rir enquanto pode é tudo uma questão de "enquanto", é tudo tempo se passando, as velas estão apostas basta não ancorar e seguir, seguir e seguir viver é questão de agora.
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