quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Promessas.

         Aprendi muita coisa inútil na vida até agora, algumas básicas para a sobrevivência, e outras essenciais para a minha própria existência. Entre todas as coisas que aprendi, comecei a perceber que a maioria das pessoas vivem de suas promessas, eu odeio promessas! Promessas existem pra te obrigar a fazer algo que naturalmente você esqueceria de fazer, eu acredito muito que quando queremos algo de verdade, as promessas são artefatos que caem em desuso, porque penso que se você quer, simplesmente vai lá e faz, não precisa se policiar para que isso aconteça, as pessoas estão rodeadas de obrigações, dentre elas obrigações sociais, além de ter que lutar pra responder pelo que elas sentem ou querem sentir ainda tem de responder aos que outros esperam delas também, promessa é meio que se obrigar a uma conduta do que esperam (?) É fato que no ato de prometer algo estamos em alguns casos até empenhados em cumprir mesmo, em outra via a maioria delas ficam mesmo só na fala, com um tempo eu aprendi a me desprender das minhas promessas e apenas buscar coisas ao meu alcance dentro do desejo real, me questiono sempre se eu realmente quero e preciso de algo e como ficarei se não obtiver ou se me negar aquilo, o mundo por sua vez parece estar sempre contramão ao meu caminhar, vejo que sempre esperam algo de mim ou que o fato de não agir como elas querem significa automaticamente responder uma forma de comportamento que elas designam, se eu não for na sua festa de aniversário é óbvio que não gosto de você, eu não acho, os afetos podem ser demonstrados por cada um de formas bem diferentes, eu imagino que talvez eu só queira a liberdade de demonstrar o que sinto da minha forma, é extremamente difícil pra mim tecer elogios, declarar meu afeto, as pessoas com quem convivo sabem que sou bem leal a elas de diferentes formas, sou ótimo ouvinte, conselheiro, acolho muito bem, dou meu apoio total quando elas precisam de mim sem nem me importar com o que vem de troco até porque eu me sinto quase sempre em divida com o mundo, não saberia explicar o porquê disso, são ações que correm naturalmente à quem gosto, não preciso prometer nada porque automaticamente as faço, algumas pessoas contribuem igualmente sem cobranças e isso tem um peso enorme, não sou de cobrar nada do que faço, o que não significa que eu não espere um retorno, porque assim como as pessoas também tenho meus momentos que preciso de apoio, em que me sinto extremamente sozinho no mundo, nesses momentos tudo vai na balança e muita coisa vai ao lixo, aprendi a me virar na minha solidão de uma forma bem tênue, percebi também que quanto mais esperneava e chamava atenção mais sozinho estava, no meio das relações efusivas que surgiam o meu silêncio cultivava relações mais profundas e reais, a conversa fiada e o papo pra entreter não funcionava mais, as promessas moravam nessas superfícies, o real o que vinha a mim mesmo não estando bem claro se fincava, de repente quem prometia eternidade colhia frutos efêmeros e quem não prometia nada findava laços fiéis, dentre todas a lições da vida, inusitada e imprevisível, talvez perceber que promessas não te garantem nada, assim como não prometer também não é a negação que alguma coisa aconteça no futuro, as coisas acontecem e outras não, as pessoas mudam de comportamento, mudam de lugar, mudam a forma de pensar apenas aceito e continuo porque nem sempre ventania é promessa de chuva, as vezes chove quando você já tinha desistido de plantar alguma coisa por conta da seca.